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Trekking Base Cerro Torre

Despertando cedo e tentando controlar a ansiedade, assim começamos a manhã do segundo dia no parque Torres del Paine.

Saímos do estacionamento próximo a portaria Laguna Amarga e fomos para o estacionamento do refúgio Las Torres, sete quilômetros de distância. Enquanto tirava as coisas da carreta, para podermos iniciar nossa caminhada, o sol começava a dar o ar da graça e, quando me dei conta e olhei, a imagem que vi foi de cair o queixo. Sensacional as cores nas pedras. E entre tirar a foto com o celular que estava na mão, e ir pegar a máquina que havia guardado na carreta, acabei perdendo boas fotos, o tom avermelhado havia desaparecido, mas o primeiro registro do celular dá bem a idéia do que estávamos assistindo. Simplesmente maravilhoso. Ainda no estacionamento vimos raposas circulando entre os carros, muito provavelmente procurando restos de comida dos que passaram por ali.

Quando fizemos nossa entrada no Parque um dos avisos que nos deram era que o início da subida para as torres deveria ser feita a partir das sete horas como primeiro horário. Disseram que não se deve iniciar antes desse horário, uma porque há o pessoal do parque que verifica e fiscaliza as trilhas, os guarda parques, e também porque mais provável encontrar animais com os quais não queremos encontrar (pumas). Nos disseram para não fazer percurso sozinho, estar sempre com mais pessoas, não fazer fogueiras, não jogar lixo na trilha, enfim, recomendações que repassam a todos que por ali passam. Por volta das sete e quinze iniciamos nossa aventura. Muita gente por ali iniciando também seu percurso. Do estacionamento do refúgio Las Torres até quando se chega ao Hotel Las Torres onde começa mesmo a trilha caminha-se um quilometro e trezentos metros aproximadamente. Há um banheiro ali. A partir dali, banheiro somente no Refúgio Chileno, cinco quilômetros e meio morro acima.

Para a subida o ideal é não levar muito peso, assim, levamos somente uns sanduíches que fizemos no dia anterior, fruta (maçã) e barra de cereal. Água estávamos com dois litros. A idéia era, após Fernanda consumir a primeira garrafa, eu começar a consumir a minha parte enchendo nas corredeiras/ riachos que tem pelo caminho. Nos informaram que era bem tranquilo consumir a água dali que era potável. Outro detalhe para subida é estar preparado com roupa adequada ao frio e vento.

Esse primeiro trecho é bem cansativo. Além da extensão do percurso, a maior parte dele é de subida sem refresco. Só vai aliviar mesmo chegando no refúgio. Esta parte da trilha é totalmente aberta, sem cobertura de vegetação.

Chegamos no Refúgio Chileno depois de quase três horas de caminhada. Ali existe um bar/restaurante e banheiros. Detalhe que banheiro ali é pago. Por muita sorte eu havia deixado umas notas de pesos no casaco, se não...

Após uma descansada básica reiniciamos a trilha. Agora com cobertura de árvores, riacho correndo bem próximo, e com gradiente de subida muitíssimo mais tranquilo. São três quilomentros e duzentos até atingirmos o Camping Torres. Existe banheiro nesse camping segundo placas informativas, mas tem que se caminhar um trecho descendo morro e depois retornar, caso se queira utilizar estes W.C.. Nós não usamos, passamos direto. Bem, a partir deste ponto a caminhada muda de figura. Se até então ela foi longa e cansativa, a partir deste ponto ela se torna curta, íngreme e extenuante. Segundo as placas informativas são apenas algo em torno de 1000 metros, mas o gradiente de subida é muito grande e o terreno é só de pedra num zig zag que parece não ter fim. É para arrebentar o ser humano, rsrsrs. Fernanda chegou mais que esgotada, chegou morta, e depois de muitas paradas e até crise de choro por conta da sensação de que não conseguiria chegar ao final. Mas conseguimos. E o visual é estonteante. Lindo demais. Uma grande vitória para mim, sonhei demais com isso.

Ficamos um tempo admirando aquele espetáculo da natureza, as torres que dão nome ao parque, o lago de águas claras, o céu contrastando com tudo aquilo até que...Do nada começou a ventar forte, muito forte. E com o vento vieram as nuvens, o frio e a chuva no horizonte. Era hora de abandonar ali e iniciar a descida. Mais fácil né? Só que não. Levamos praticamente o mesmo tempo para descer, senão mais. Fernanda machucou o pé de tal forma que não conseguíamos caminhar 500 metros sem parar. Com isso a descida foi bem lenta e e com clima pouco favorável. Houve momentos de termos de parar e nos abrigar contra o vento forte que levantava uma nuvem de poeira absurda. Era impossível caminhar quando as rajadas nos atingiam. Além do perigo dela nos derrubar, ainda havia o problema de não se conseguir abrir os olhos tamanha quantidade de areia/terra que os ventos levantavam. Dor e sofrimento, muito sofrimento marcaram a descida até o estacionamento. Entre subida e descida, sem contar o tempo parado no mirante, levamos 13 horas.

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Dúvida cruel: como se aceita cartão de crédito e débito no Refúgio Chileno a 3h subindo morro, no meio do nada, e não se aceita ambos nas portarias do Parque? É para ficar muito P%#$& (Descobri isso porque fomos obrigado a comprar mais água, a baixa imunidade da Fê não permite que ela consuma água direto da montanha).



Fernanda Azzolini e Marco Antonio Parreiras em viagem pela Europa e agora preparando uma grande aventura pelas três américas!

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