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Rio Gallegos e travessia para Tierra del Fuego.

Chegamos relativamente cedo em Rio Gallegos. A idéia era dormir no posto YPF e no dia seguinte partir para Tierra del Fuego.

Chegamos no posto A.C.A. (Automóvel Club Argentina) de Rio Gallegos e paramos no estacionamento em frente ao posto. Como chegamos cedo, aproveitamos para almoçar e depois ficamos na área da loja do posto atualizando nossas coisas na internet. Infelizmente o wi-fi ali não era lá essas coisas. Na verdade quase não consegui atualizar o que tinha para ser feito dependendo de rede. Lamentável. Conversamos com a administração do YPF e ela nos permitiu pernoitar no estacionamento lateral do posto. Movimentamos os carro e deixamos tudo pronto para o pernoite. No início da noite fomos a um outro local para podermos tomar banho. No A.C.A. esse serviço não estava disponível. O local era atrás de outro YPF, junto ao estacionamento de caminhões onde montaram um "restaurante" com banheiro para os viajantes. Para usufruir dos chuveiros era só pagar ARG 50.00. Infelizmente o banho não foi lá essa coisas para a Fer, mais uma vez. Eu consegui tomar um bom banho, mas como a estrutura em que estávamos era feita para caminhoneiros, o banheiro feminino era mais uma adaptação, como um quartinho tipo depósito, só que com um chuveiro, mas onde tinha também geladeira, varal de roupas, máquina de lavar roupas, enfim, acho que dá para se ter uma idéia do mafuá. Não preciso ressaltar que o local nem era tão limpo assim. Banho tomado retornamos para o A.C.A. para comer e dormir. Bom, mas a noite transcorreu tranquila até umas duas da manhã. Nessa hora fomos acordados com batidas no vidro. Era o pessoal do @Asabranca. Atrás do local onde eles estavam estacionados havia um acesso de veículos do próprio posto. Durante o avançar da noite vários jovens pararam seus carros ali e iniciaram uma disputa de som veicular. Como eu e Fernanda temos o costume de dormir com fones de ouvido escutando música ou assistindo filme, não percebemos a balbúrdia. Somente quando acordamos com eles nos chamando é que ouvimos o quão alto estava o volume do som dos carros. Terrível. Não sabíamos quando paramos ali que aquela área era de frequências dos playboys da região, com seus carros possantes e som "sem noção". e o pessoal do posto também não nos disse nada a respeito. Bom, como eu e Fernanda não nos sentimos incomodados com a zueira, permanecemos ali. O @Asabranca e mais um motorhome que havia parado ali no início da noite partiram para um um outro local (o estacionamento de caminhões onde tomamos banho, atrás do YPF). Essa foi nossa noite em Rio Gallegos.

Dia seguinte, seguindo a recomendação do Cláudio do Parque Monte León, seguimos em direção a Reserva Natural Cabo Virgenes, onde encontraríamos a pinguinera. Aproximadamente a vinte quilômetros de Rio Gallegos acessamos a Ruta 1 que leva até Cabo Vírgenes. Pois é, o tal bom caminho de rípio não estava assim tão bom. Muitas costelas, mas muita mesmo. Como o trecho até a pinguinera é longo, algo em torno de 110 quilômetros, esse percurso fica bastante cansativo. E é um nada dos dois lados da estrada, a não ser por umas ovelhas, uns gaviões e uns cauquenes. O lamentável foi a lente que está dando nos nervos não querendo focar direito. Virou uma briga com a lente. Até consegui uma foto razoável de um cauquén alçando voo, apesar do foco. E apesar do rípio, a viagem compensou. A pinguinera é simplesmente sensacional. São vários pinguins de Magalhães que fazem seus ninhos ali. A informação que recebemos na reserva foi de que a colônia que frequenta a reserva natural gira em torno de duzentos mil pinguins. A sensação de poder caminhar no meio deles é sensacional. Local Incrível.

Enquanto estávamos ali cheguei a pensar em ir um pouco mais ao sul, na entrada do estreito de Magalhães, mas nossa idéia era seguir nesse mesmo dia para Punta Delgada, para fazer a travessia. Assim, rumamos para o farol de Cabo Vírgenes.

A vista de lá é incrível. Fora a vista não há muito por ali. Havia uma placa dando conta de uma casa de chá, mas o local estava fechado. Tomar um chá ali com aquele visual deveria ser surreal. Fora isso há uma instalação militar da marinha que é a responsável pela manutenção do farol. E, não menos interessante, é importante ressaltar que ali junto ao farol é o marco zero da famosa Ruta 40. Logicamente tivemos que fazer algumas fotos. Tínhamos ainda um longo percurso pela Ruta 3 até Ushuaia, mas a Ruta 40 nos aguardava.

Depois da emoção de caminhar no meio de pinguins, desfrutar de uma vista fantástica junto ao farol de Cabo Vírgenes e poder estar no início da lendária ruta 40, cento e dez quilômetros de rípio nos eperavam. Só não dá sono porque tem costela que não acaba mais.

Quando atingimos o asfalto a sensação foi indescritível. Parecia que havíamos atingido o cone do silêncio. Foi fantástico.

Não muito longe atingimos ao Paso Fronterizo para território chileno. Comi as ultimas frutas que tinha no carro e fomos para a papelada. Local estava bem cheio. A revista é bem minuciosa. Descobri que orégano, apesar de ser desidratado, não pode passar. Enfim, perdi.

Após o "Paso" pela fronteira nossos amigos do @Asabranca_pelomundo, que estavam a nossa frente, do nada começaram a acelerar. Eles que normalmente eram bem tranquilos na estrada estavam andando no limite permitido pela carretera. Só depois é que fomos entender que toda aquela correria era porque estávamos muito próximos do horário de saída do ferry. E chegamos realmente em cima do laço. Custei um pouco para entender como era feito o pagamento, mas depois de questionar pessoal da embarcação, eu me dirigi ao caixa do ferry, já com o barco navegando pelo estreito e com chuva fina e gelada nos atingindo. Não é uma travessia barata, nosso carro com a carreta nos custou próximo a R$ 180,00. Isso porque alem do carro tínhamos o custo da carreta.

Assim que desembarcamos no lado da Tierra del Fuego, partimos para nosso local previsto para pernoite, local esse indicação de outros brasileiros. O local era um centro de informações turísticas que tinha estrutura de banheiro e chuveiro de água quente além de internet wi-fi. A estrada do lado chileno era algo sensacional. muito boa estrada apesar de ser mão dupla. Um tapete. Chegamos a Cerro Sobrero, local bem pequeno, bem escura a cidadezinha e para nossa supresa, o centro de informações turísticas estava passando por obras. Não havia nem como estacionar perto. Daí virou um problema sério. Precisávamos de um banho. Estávamos bem cansados, foi um dia bem cheio. Na cidade vimos um hotel na entrada e fomos pra lá. Tocamos a campainha na recepção e atendidos, perguntei o perco do pernoite, um absurdo, e daí perguntei quanto me custaria para só utilizar o chuveiro , se é que era possível. Outro absurdo. Queriam nos cobrar em torno de 60.00 reais pelo banho. Voltei pro carro desolado. Chovia e fazia um frio danado. Nos conformamos em dormir sem banho. Foi então que o cara do hotel voltou até a gente e nos ofereceu o banho por um valor mais em conta, 21.00 reais. Daí partimos feroz para uma ducha quente. Foi revigorante. única grande derrota da noite foi que fomos dormir com um pouco de fome. Não dava para cozinhar com aquele frio e chuva de vento, ainda mais depois da longa viagem. Nos contentamos com biscoitos.


Uma observação importante que temos de fazer e quase sempre esqueço de comentar é, além das fotos que normalmente posto aqui, há varias outras fotos em dois outros locais que temos na mídia. Deste modo, por favor, visitem nossa página no Instagram e nossa página no Flickr. Para acessar o Instagram o endereço é; Instagram.com/pelonossocaminho. No flickr é: https://www.flickr.com/photos/pelonossocaminho/


Fernanda Azzolini e Marco Antonio Parreiras em viagem pela Europa e agora preparando uma grande aventura pelas três américas!

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