top of page

Torres del Paine - Frustrações

Depois da trilha super cansativa, os dias seguintes não foram de clima tão favorável. Foi mais constante estar com o tempo nublado, vento forte, frio, e por vezes chuva, mas que fique bem claro que isso não significa dia feio. Mesmo com esse misto de nuvens e possibilidade de chuva, não se pode perder o nascer do sol, ou pôr do sol. Torres del Paine é para se apreciar cada minuto que tiver. Para se ter idéia do que falo, olha a foto que tiramos do nascer do sol.

No Flickr (www.flickr.com/photos/pelonossocaminho) tem foto do pôr do sol desse mesmo local. Vale a pena dar uma conferida para entender o que dizemos.

Enquanto tomávamos café no dia após nossa trilha as torres, acabamos conhecendo no estacionamento um casal de austríacos, Johannes e Verena, que também estavam desfrutando do Parque. Problema é que eles tiveram o azar de, no caminho de Puerto Natales para o Parque Nacional, por conta do vento, o bagageiro de teto se desprendeu e voou. Com isso, acabou abrindo e despejando pelo caminho toda roupa e material ali guardado. Quando tentaram recuperar viram que muito de suas coisas haviam sido furtadas. Lamentável. Enquanto conversávamos, o austríaco fazia um verdadeiro trabalho artístico com silver tape fechando as rachaduras do maleiro de teto deles (um Thule).

. Mas como o tempo no final do continente evolui muito, e evolui rápido, continuamos nosso planejamento de seguir conhecendo as trilhas do parque. Queríamos verificar também um outro local para pernoite, mais central. Segundo um dos aplicativos que usamos, verificamos que o setor do Refúgio Pudeto teria menos incidência de vento. No caminho para lá fizemos várias paradas em mirantes. Consegui num destes finalmente ver os flamingos, mas estavam um pouco distantes e eram poucos, frustrante. Apesar do dia mais feio, a beleza das paisagens são únicas e não há como não admirar. Todo mundo fica embasbacado.

O tal Refúgio Pudeto, onde teoricamente teria menos incidência de vento, foi uma grande furada. A área de Estacionamento é pequena e o terreno é irregular, o que nos dificultaria o pernoite. O vento era algo surreal. Demos azar também da piora das condições meteorológicas, e para se vislumbrar a força do vento, ele simplesmente levou nossa amiga, Niviane do @Asabranca, enquanto tentavam amarrar o toldo do carro deles. Foi engraçado. Quando percebi eu só vi as pernas pro alto e as gargalhadas. Com esse clima bem mais ou menos resolvemos voltar para o ponto inicial, deixar para fazer o percurso até o outro lado do parque no dia seguinte, até a portaria do Rio Serrano.

Durante nossas conversas com os austríacos vimos fotos com paisagens lindas de uma trilha chamada Mirador Condor. Marcamos de ir no dia seguinte caso o tempo melhorasse.

Fernanda continuava com o pé bem mal, suas unhas dos dedões dos pés estavam enegrecidas. Nossa preocupação aumentou um pouco, mas pelo menos não rolava febre, apesar do aspecto ruim e da dor local.

Com dia mais bonito num novo amanhecer nós partimos para desbravar o restante do parque. Fomos conhecer a cachoeira Salto Grande, que fica uns metros após o Refúgio Pudeto (eu e o @asabranca, Fer não podia caminhar). O visual é bem bacana da cachoeira, mas infelizmente não consegui fazer um registro muito decente dali. O vento estava algo surreal. Mesmo assim fui fazer a trilha Mirador los Cuernos, sozinho, meus companheiros do @asabranca desistiram por conta do vento. Eu persisti, mas sou obrigado a dizer que mais de uma vez fui obrigado a me agachar e ficar torcendo para vento não me levar. Uma pena chegar ao final dessa trilha com o tempo piorando, muita nuvem, mas o visual ainda assim é lindo, não só do mirador, como de toda essa trilha. Vale a pena, não é uma trilha difícil, muito pelo contrário, é bem tranquila. Leva-se uma hora até chegar ao mirador (final da trilha).

Salto Grande


Na volta fui mais ousado e quase me estropiei. Dei uma corrida num trecho de descida bem pequeno, mas foi justamente nesse momento que fui atingido por uma rajada de vento pelas costas. Resultado: não conseguia parar e, quase me desequilibrando, achei umas pedras que ajudaram a frear o movimento. Coração acelerado, a partir dali fui bem mais calmo, apreciando a natureza sem dar bobeira. Bom, durante a trilha conheci um casal de brasileiros bem bacana que chegaram a conversar com a Fernanda no estacionamento, pessoal de Tocantins, Mateus e Amanda. Ficamos sabendo também que provavelmente nos reencontraríamos Pelo Nosso Caminho, já que fariam um percurso muito parecido com o nosso.

Mirador Los Cuernos


No retorno ao carro fiquei sabendo que o vento causou rebuliço por ali. Além de ter arrastado a Amanda e o Mateus enquanto estes conversavam com a Fernanda, que estava protegida no banco do carona , houve criança sendo arrastada entre os carros. De verdade essa foi a experiência mais exdrúxula que vivi por conta de vento na minha vida.

Saindo de Salto Grande paramos no mirador do Lago Pehoe, junto ao Restaurante e Hosteria Pehoe, visual bem bonito, e depois fomos até o Camping de mesmo nome. A idéia era almoçar, fazer a trilha do Mirador Condor e tomar banho por ali, mas.... Quando questionamos quanto nos custaria para tomar só uma ducha, num dos banheiros do camping, a moça disse que teríamos de pagar 11.000 pesos, algo como sessenta reais (valor para nós dois). Achamos um verdadeiro absurdo. Tentamos negociar mas foi em vão. Fizemos nosso almoço e infelizmente tivemos de desistir também do Mirador Condor. Ninguém estava conseguindo fazer o caminho por conta do vento. Enquanto almoçávamos varias pessoas retornavam frustradas dessa trilha. Sem banho, e sem mirador, resolvemos então ir até o setor da Sede Administrativa do Parque, próximo a Portaria Serrano. Havia banheiro, mas não chuveiros. Tomar banho na carreta nem pensar, frio e vento em torno de 80km/h simplesmente não permitiam. Jantamos com o @Asabranca e fomos dormir sujinhos, rsrsrs. Horrível!

Torcíamos para uma melhora no dia seguinte para tentar fazer mais trilhas no Parque, mas a meteorologia não colaborou, o tempo piorou muito durante a noite.

Despertamos no dia seguinte com dia bem feio, chuva, vento forte e, sem esperanças de melhoras, desistimos de continuar no Parque.

Mirador Hosteria Pehoe

Nota: Nossa maior frustração no Paque Nacional Torres del Paine não foi por conta da meteorologia que impediu alguns passeios, mas do atendimento que recebemos na sede administrativa do Parque. Quando chegamos ali para obter algumas informações a Fernanda questionou se haveria algum médico que pudesse dar uma olhada em seu pé. Apesar de uma atendente nova querer nos ajudar, uma senhora, que parecia ser sua chefe ou supervisora, falou para essa atendente que ela não poderia ajudar todo mundo por ali. E nos orientou a sair do Parque e procurar ajuda na cidade. Achei uma falta de consideração tremenda, lamentável. A moça também ficou um pouco sem graça com a orientação. Foi uma experiência bem frustrante. Pagamos caro para estar ali no parque e o mínimo que poderíamos esperar era um atendimento mais adequado.

Não poder fazer a trilha do Mirador Condor e do Lago Grey também foram motivos de frustração, mas a meteorologia não ajudou.

Fernanda Azzolini e Marco Antonio Parreiras em viagem pela Europa e agora preparando uma grande aventura pelas três américas!

  • Twitter Vintage Stamp
  • Instagram Vintage Stamp

Pelo Nosso Caminho, Viagem pelas Américas, Viajantes, Pajero Full, Americas Travel, Travelling, América do Sul, América Central, América do Norte, On the Road, Brazil Travellers, Viajantes del Brasil, Fotos das Américas, Viajantes de Curitiba, Easy Rider

bottom of page