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El Calafate

Saímos com tempo ficando bem ruim em Torres del Paine e chegamos com chuva em El Calafate. No caminho paramos para comer em Puerto Natales, lanche rápido, abastecemos de combustível e seguimos viagem. Teríamos ainda um Paso Fronterizo pelo caminho, Paso Dorotea, próximo a Rio Túrbio. Após Rio Túrbio pegamos a Ruta 40 e seguimos até chegar em El Calafate. Uma diferença que observamos quando voltamos a território argentino foi a quantidade de lixo na beira da estrada. Saindo de Rio Túrbio é algo horroroso de se ver.

Chegando a El Calafate fomos direto no Carrefour para abastecer de comida, afinal de contas estávamos alguns dias longe da civilização. Para nossa surpresa, os preços no mercado eram bem altos, acima até do que encontramos na badalada Ushuaia. Com chuva, frio e pressa de sair dali, coloquei as coisas meio de qualquer jeito dentro da carreta, e somente depois que entrei no carro para sair do estacionamento foi que percebi a grande besteira que fiz. Eu sempre tinha como rotina colocar os cadeados nos locais devidos e, após me certificar onde havia colocado as chaves, ai sim fechar um a um. Pois bem, nessa correria eu fechei a carreta com as chaves dos cadeados para o lado de dentro. Resultado: não havia como acessar roupas, comida, bebida, nada. Imaginem o mau humor e a raiva que estava sentindo?! Pior de tudo é que temos chaves reservas, mas com a reorganização que fizemos para despachar mala em Punta Arenas, não sei porque, fizemos a burrada de deixar as chaves reservas na mochila que estava dentro da carreta, ou seja, zero chance de abrir sem auxílio de um chaveiro.

Deixamos o supermercado e paramos no posto de gasolina para reabastecer e tentar achar um chaveiro. O frentista foi bem gente boa e passou contato para gente de um que atende emergências, mas acho que ele não estava a fim de sair no frio e na chuva, a chamada caia na secretária informando que atenderia somente a partir de 09:00h da manhã da segunda. Pois é, era domingo, para piorar a situação, todas as lojas fechadas (havia pensando em ir numa ferreteria, loja de ferragens, mas até nisso demos azar). O jeito era seguir nosso roteiro e deixar as chaves para o dia seguinte.

Com base no IOverlander vimos que havia um local para pernoite bem próximo da entrada do Parque, camping selvagem, bem selvagem, mas era o mais próximo da entrada. Resolvemos ficar por ali, para podermos aproveitar bastante o Parque no dia seguinte e para ter oportunidade de retornar cedo para a cidade, a fim de procurar alguém que resolvesse nosso problema com os cadeados.

Da portaria até o estacionamento para acesso ao glaciar são quase 30km. No estacionamento há lojinhas e banheiros, e é de onde sai o ônibus que leva até as passarelas (esse ônibus circula durante todo o dia até às 17:30h).

Na área de acesso às passarelas existe uma restaurante/cafeteria sensacional, com boas opções de lanche e almoço, banheiros excelentes, bem limpos, e uma lojinha de souvenir. Existe um estacionamento ali também, mas bem menor e com acesso limitado pelo pessoal do parque, ele lota muito rápido, e para gente com carreta acoplada também não daria para estacionar.

Existem algumas passarelas, umas quatro se não me engano, que dão acesso a diferentes frentes para o glaciar. O local é uma coisa de louco, deslumbrante. Acertamos em cheio a idéia de passar bastante tempo ali porque simplesmente não dá vontade de sair da frete do paredão de gelo. É como se ele nos hipnotizasse. Sem dúvida um dos melhores passeios feitos até então. Mas houve estresse. Após uma parada do almoço, a Fernanda não tinha condições de continuar caminhando comigo pelas passarelas, afinal de contas os pés estavam machucados, com as unhas moles, pretas e com isso o único sapato que podia usar era a minha crocs, coitadinha. Fazia muito frio e diante da geleira as coisas só pioravam. Como estávamos com a roupa do dia anterior, sem acesso a cachecol, luvas, casacos mais pesados (todos dentro da carreta), Fernanda me cedeu o casaco dela e eu fui lá tentar uma foto da geleira partindo. A idéia era ficar uma meia hora ali. Mas fiquei hipnotizado e não vi a hora passar. Quando voltei para encontrar com ela na cafeteria já tínhamos perdido o último ônibus para o estacionamento (17:30h). Eu também não me toquei que o celular da Fer havia ficado no bolso do casaco que ela me emprestou. Enfim, fui a pé pelas passarelas até o estacionamento, voando, cheguei suando feito um porco ( e olha que estava frio pacas), e quando cheguei para resgatá-la, ela estava do lado de fora do restaurante porque ele havia fechado e colocaram ela pra fora, sem casaco (estava comigo) e sem telefone. Foram setenta quilômetros de retorno para a cidade com ela muda a meu lado. Mereci.

Chegamos no camping com tempo para correr atrás do chaveiro, mas essa estória deixo para outro post.

Observação: A partir da entrada do parque a velocidade de veículos é Limitada. Há vários animais silvestres por ali e invariavelmente um irá cruzar seu caminho. Conosco foram raposas. Apesar disso é um absurdo a quantidade de gente que simplesmente ignora esse limite de velocidade dentro do parque. Lamentável.

Observação 2: O Parque de los Glaciares é muito bem cuidado e organizado. Com entrada custando 700,00 pesos para cada ficamos bastante satisfeitos com o cuidado, com a educação dos que ali trabalham e com a estrutura do parque em si.

Observação 3: É bem normal ver raposas circulando no estacionamento. A orientação e o bom senso mandam nano alimentar as bichinhas, mas sempre há aqueles sem noção que ....

Fernanda Azzolini e Marco Antonio Parreiras em viagem pela Europa e agora preparando uma grande aventura pelas três américas!

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